Mais de 50% dos índios do Estado de São Paulo não dispõem de saneamento básico, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da própria Funai. A falta de água potável, esgoto e atendimento médico regular afeta pelo menos 15 das 28 aldeias em que vivem índios das etnias guarani, terena, caingangue, krenak e caiuá. Apenas 13 aldeias foram reconhecidas e homologadas por lei. Os guaranis da aldeia Piaçaguera, em Itanhaém, litoral sul de São Paulo, aprenderam a conviver com a falta de água.
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"Tomo banho de balde porque a água não tem força para subir na bica", diz a Antonia dos Santos, de 52 anos. O índio e agente de saneamento João dos Santos, de 54 anos, usou bambu para consertar vazamentos. Para ele, o poço perfurado há oito anos está secando. Exames recentes constataram que a água está contaminada por coliformes fecais. "Podem ser fezes de animais", diz Santos.
Pelo menos sete moradias não têm instalação sanitária - entre elas a de Jurandir, pai do índio doente. "Ficaram de fazer banheiros e não fizeram", reclama. "À noite a gente faz necessidade no mato."
A Funasa, órgão federal responsável pela saúde dos índios, tem 201 servidores, entre próprios e terceirizados, distribuídos em oito postos para resolver os problemas de saúde de cerca de 5,6 mil índios paulistas, espalhados por 22 municípios, porém não dá conta. Na semana passada, um grupo de 70 líderes indígenas invadiu por duas vezes a sede do órgão em São Paulo para exigir a melhoria na assistência às aldeias e a demissão do coordenador regional Raze Rezek.
O órgão informou que o Estado de São Paulo tem "a melhor cobertura sanitária do País, em comunidades indígenas". Em nota, disse que 75% das aldeias possuem abastecimento de água, o equivalente a 95% da população aldeada, e que o Estado também recebe cesta de medicamentos "proporcional à demanda".
O presidente da Funasa reconheceu que faltam recursos administrativos para melhorar o atendimento às aldeias de São Paulo. Em reunião com líderes indígenas paulistas, dia 20, em Brasília, ele prometeu dar sequência à reestruturação da coordenação no Estado, mas negou-se a atender ao pedidos dos caciques, que exigiam a cabeça do coordenador Raze Rezek. Ele alegou que o coordenador precisava de mais recursos para exercer com eficácia suas atribuições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
notícia extraido do portal UOL.
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